domingo, 27 de janeiro de 2013

Mudamos!

Olá amigo leitor!

O M&Ms mudou de nome e de endereço! Virou True!

Agora no www.true-marcosvini.blogspot.com.br

Um abraço!

Marcos Vini



True!



Quem tem mais de 30 anos assim como eu passou pelos incríveis anos 80, que pra mim são um capítulo a parte da história do mundo. Além dos cabelos no máximo do estilo wet look e das ombreiras, as gírias daquele tempo eram algo surreal.

Era comum ouvir os termos bacana, da hora e bagaça (esse pra mim é o melhor de todos, porque podia significar qualquer coisa). Mas nenhum foi mais significativo do que o true. Por algum motivo desde aquela época adotamos essa gíria como uma de nossas favoritas.

Quem me conhece sabe que eu sou a pessoa que mais usa a palavra true no universo. Na verdade o conceito real nem está tão aplicado ao significado real da gíria. Segundo o Adriano, o conceito correto seria Tru. Diria ele:
- Vini, e esse bife à parmegiana, hein? Tru!

E como é bom ter vários conceitos true na vida. A vida propriamente dita é algo true. Ou quando você levanta na terça-feira chuvosa atrasado, olha na janela e vê que é feriado. Muito true!

Quando Freddie Mercury diz que “1 ano de amor é melhor que uma vida inteira sozinho” não há quase nada tão true. Talvez só receber um recado no meio da noite dizendo: “Eu me importo com você”. Já o “eu te amo” é trueinsuperável.

True também pode significar algo completamente verdadeiro. Como por exemplo no show do New Order, em 2005, quando o baixista me viu no segundo dia de show no mesmo lugar do primeiro, à sua frente. E ao invés de jogar as baquetas (não estou louco, ele estava tocando uma bateria eletrônica nesse momento) ele as entregou em minha mão. Algo totalmente true.

Ou ainda saber que o true é quando acontecer, e não se acontecer.

E pra terminar, algo mais do que true. O Spandau Ballet, um ícone dos anos 80, com seus cabelos true, tocando TRUE!



Amigos leitores, e como o true é quase um best-seller na minha curta carreira de escritor, nada mais justo do que renomear o blog. A partir de amanhã, o M&Ms vai virar True!

Estaremos no www.true-marcosvini.blogspot.com.br. Muito obrigado pelos 30 dias de companhia true.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Histórias de Kikovina

Quem me conhece sabe que eu sou alucinado pelos animais, o amor que eu tenho por essas criaturas é maior do que eu tenho por muita gente.

Ter um animal de estimação – eu só tive cães até hoje – é ter um membro da família em sua casa, com a seguinte diferença: eles não brigam, não te julgam, serão fiéis a você todo o tempo. E eles sabem quando a gente precisa de um carinho, mesmo antes de nós mesmos.

Amigo leitor, você que lê meus textos já deve ter visto essa foto aí de cima na capa do meu blog. Hoje alguém me perguntou se essa é minha cachorrinha. Essa era a Kika, foi minha melhor amiga de 2000 a 2006. Será difícil terminar este post sem chorar (muito), mas vale a lembrança das histórias dessa figurinha preta e branca.

Em um domingo do ano 2000, apareceu na minha porta um cachorrinho marrom. Minha mãe que também ama os animais o alimentou e notou que a bichinha (já havíamos descoberto que era uma menina) estava morrendo de frio. Dona Rosa não teve dúvida, mandou o cachorro pro chuveiro, e aí que descobrimos, era branca a vira- latinha.

E não é que essa figura já começou aprontando? Me mordeu, rosnou pro meu outro cachorro, o Flipper, e fugiu pela casa. E foi demitida de seu lar postiço.

Depois de três dias, reaparece a bichinha na porta. Fazia frio, e a chuva cortante também cortou nossos corações. Não tivemos dúvida, ela teve sua segunda chance. Foi o melhor presente de nossas vidas. Kika ganhou um nome e 6 anos de amor.

Algumas histórias da Kikovina ainda não me saem da cabeça quando vejo algum cachorro preto e branco. Como a do dia em que meus pais chegaram do supermercado com o almoço comprado. Bastou um deslize de minha mãe e aquelas 300 g de pernil ao molho voaram da mesa. A malhadinha pegou no ar, deve ter agradecido a todos os cachorros do céu por aquele presente. Passou o domingo mais feliz de sua vida.

Ou ainda em um dia em que a enchente na rua adentrou a garagem de casa. E o cachorro havia desaparecido. Triste surpresa ao vê-la nadando tranquilamente no meio da água barrenta. Minha mãe quase enfartou, mas até hoje morremos de rir.

Essa baixinha, fã de Teletubbies (sim, ela adorava), ficava louca quando as visitas de casa sentavam em seu sofá. E quantas e quantas noites ela fez companhia a meu pai, em suas intermináveis jornadas de entrega de ternos de casamento.

Em 2006 Kika nos deixou. A branquinha teve sopro, doença que aumenta o coração de tamanho. O músculo foi prejudicando sua traqueia, sua respiração tornou-se pior a cada dia, até que no dia 22 de abril nos disse “até logo”. Não sem antes passar algumas horas em todos os cômodos da casa e me esperar da volta do trabalho para morrer.

Segundo minha mãe, eu fiquei atônito, só lembro de não ter conseguido estacionar o carro na garagem de casa naquela noite. E antes que eu chore mais do que já estou, até gostaria de postar mais fotos, mas infelizmente só tenho essa, e a lembrança de ver seu corpinho encaixado entre minha cama de solteiro e a parede todas as noites. Na verdade, acho que ainda ela está lá.







sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

How can I go on


E como em geral - segundo meus amigos - sou uma pessoa contida, vou deixar pro Freddie Mercury  dar o tom dessa sexta feira. Aliás, eu acho que ele sabia desde os anos 80 o tom desse dia...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Primos irmãos




Já citei em um outro post que sou filho único. Também já acostumei com a pergunta tradicional há 36 anos:

- E você nunca quis um irmãozinho?

A resposta de hoje seria não, pois já tenho o meu. Como a família é pequena e de filhos únicos, os primos acabam sendo mais próximos que o tradicional nas famílias grandes. A partir daí que ganhei meu irmão, chamado Mauricio Jabur.

Segundo o Mauricio – mesmo sendo brincadeira acho completamente verdade – ele nasceu anos antes só porque ia preparar a minha chegada. E de certa forma isso acontece até hoje. Esses 4 anos e meio de diferença fazem com que ele seja meu referencial em boa parte da vida.

Foi com ele que conheci boa parte das músicas que gosto hoje em dia. Note como isso é importante, pensou ter um referencial que gostasse de Michel Teló? Surreal. De sua coleção de discos saíram o synthpop e eletrônico, referencia fundamental no meu gosto rock/pop. E quem me conhece sabe que eu sou movido pela música.

Seu humor azedo, porém muito inteligente, me influenciou completamente nas atitudes rasgadas que ácidas que costumo ter. E uma coisa que aprendi nas nossas conversas madrugada adentro, entre os filmes Cult que assistíamos no videocassete preto e branco e as pizzas de muçarela que vendiam no luminoso verde (eu nunca saberei o nome dessa pizzaria): seja verdadeiro, sempre.

Já que citei a inteligência, será difícil você conseguir conversar de algum assunto que ele não conheça. Mesmo quando estiver em Miami, em uma rede de supermercados, querendo comprar pilhas palito de fabricação própria, pois ele terá lido um teste de pilhas que comprovam que essa marca não deixa em nada a desejar frente a mais vendida. Se a sua pergunta foi inevitável, assim como a minha, a resposta é: - Sim! Ele lê tudo nesse mundo, inclusive um teste de pilhas.

E o principal. Uma vez seu amigo, é o cara que não vai te abandonar. Estará disposto a passar 16h na fila só porque você quer ver o U2 na grade, vai te acompanhar ao Japão pra ver o Corinthians, mesmo sendo juventino. Vai te ligar em momento ruim da vida, depois que você - por um capricho -  deixou todos os seus amigos pra trás e te dizer:

- Vamos lá hombre, é hora de seguir em frente.

Ainda bem que existiu o 24 de janeiro de 1972. Feliz aniversário, meu irmão.







 1995



2001


 2012





quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O prudente



Estranhamente mudou os hábitos. Naquele fim de ano no Caribe, sentou-se na varanda do resort e fez planos... de fazer planos.

Chegou em casa, montou planilhas, definiu metas, resolveu que iria trocar o apartamento. Viagens? Só com programação de um ano, no mínimo. Dívidas de cartão então, nem pensar.

Conversou com o patrão para aumentar seu número de horas extras no trabalho, já que seu happy hour era semanal e não mais diário. Afinal, era mais prudente.

Começou a correr três vezes por semana, ao invés de duas, e deixou a companhia fiel dos amigos de parque, pois todo domingo eles comiam uma massa. E isso não era prudente.

Vendeu sua coleção de carrinhos matchbox que tinha desde 1983, pois julgou que o dinheiro daquelas recordações de infância valeriam mais do que o espaço ocupado na casa de seus pais. Isso sim era prudente.

Porém, veio o acaso. E conheceu a moça dos seus sonhos. Linda, especial, muito à frente de seu tempo. Apaixonou-se. Mas era sua colega de repartição. Lutou consigo mesmo a cada dia para não encontrá-la mais, até mudou de turno. Seus pensamentos ainda o traíam, mas tentou ser forte e nem sonhar com ela. Porque definitivamente isso não era prudente.

E naquele 11 de outubro na sua volta pra casa pelo mesmo caminho de todos os dias - afinal, ele não iria viajar naquele feriado – encontrou-a, e ela não era tão prudente. O acidentefoi inevitável.

Nesse último mês o irmão se mudou para o apartamento recém-comprado para acompanhar as reformas e vender. As passagens pra Europa chegaram pelo correio, programadas para abril do ano seguinte. Estão tentando ainda transferir pros seus pais.

Aquele apartamento alugado no Largo do Machado, no Flamengo, sua demissão no emprego e a transferência dela para um cargo menor encheram-no de dívidas, nem um pouco prudente. E ele é feliz, muito feliz.


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A zona da amizade

Amou. Como nunca. Não era seu primeiro, mas certamente o maior amor. Sabia que ao lado dela passaria toda sua vida. Agradeceria a cada dia por tê-la conhecido naquela festa que não queria ir.

A troca de olhares e a conversa, intermediada pelo colega de classe dela era a melhor coisa que já lhe havia acontecido. Foi uma questão de tempo, pouquíssimo tempo.

Os telefonemas tornaram-se diários, sempre depois daquela série que se passava nos anos 60, e adoravam. Amava encontrá-la, linda como sempre. Os encontros frequentes o faziam sorrir como nunca. Tudo ia maravilhosamente bem.

Assim passava-se aquele verão. Cada conversa sobre assuntos que ele não conhecia era maravilhosa. Mostrou-lhe o rock’n’roll, passou a amar Genesis por causa de Follow You, Follow Me naquele jantar. Ela, mais velha, cheia de sonhos e metas. Ele, um aprendiz quase fanático.

Sentiu que era a hora de declarar seu amor sem fim, mas não o fez. Talvez em um próximo momento. Nada. Dela, um afago, um abraço, era hora de beijá-la. Deixou passar.

E nem o acaso, que geralmente costuma ajudar, talvez não se conformasse. Entraram na pior fase do relacionamento, pelo menos pra ele: a zona da amizade. Implacável, um buraco negro. Uma vez nela, jamais se sai.

Feito! Os assuntos já eram diferentes, comentou que iria com um amigo da faculdade à ópera. Ele se roeu. E o tiro de misericórdia:

- É tão bom ser seu amigo!

Chorou feito criança aquela noite, ouvindo as músicas que eles adoravam.

Viu o cara da ópera na casa dela: chorou. Viu o cara da ópera de mãos dadas com ela em sua festa de aniversário: perdeu o chão. Continuaram amigos, talvez soubesse que vê-la, mesmo nessas condições, fosse um alento.

Ainda tentou demonstrar sua paixão por ela mais algumas vezes, em vão. Se afastar poderia ser um remédio, mas não conseguiu. Encontraram-se anos depois, talvez agora o amor explodisse, mas a zona da amizade não tem prazo de validade. Mais um encontro flat.

E 20 anos depois - mesmo sabendo que uma vez atingido pelo mal não há volta - olha aquelas fotos guardadas junto das suas coisas de colégio com amor, um bocado de amor. Ainda que lhe tirem o chão.